Conto Erótico 2


Homem Fast Food 

A noite tinha começado morna, em meio ao escurinho salpicado de neon da balada descolada. Os meninos estavam preguiçosos nesse dia. Ao menos tinha o barman tatuado, gostoso e simpático para me entreter e me embriagar - em todos os sentidos. Resolvi me jogar na pista e me entregar a uma das coisas que mais me animam a alma: dançar entorpecidamente. Em meio ao meu transe eletrônico, eis que meu potente radar – a NASA, se conhecesse, iria querer a patente, com certeza – capta uma vibração boa e safada, vindo de uma cabeleira loira, hidratada e cheirosa, que era jogada pra lá e pra cá conforme o baticum da trilha sonora. Nossas miras se cruzam e imediatamente meu raio trator se aciona. As caldeiras começam a se aquecer. Aperto os olhos, libero um dos meus sorrisos rasgados e inicio a dança da captura. Primeiro, me livro de parte do meu figurino, que escondia meus ombros lambidos pelo sol saudável da manhã, e o amarro na cintura.

Com as costas emolduradas só pelas alças da camiseta cavada, desfilo minhas saboneteiras e minhas tatuagens pela pista até uma posição estratégica, a poucos centímetros do gajo, que se movimenta, entre amigos, com a graça de um skatista adolescente. Nossos corpos se encostam e a troca de energia sexual é inevitável. Ele sorri de volta, indicando que seu território não oferecerá resistência a uma transposição de fronteiras. De frente um para o outro, meu remelexo se encaixa no dele e as línguas entram em ação. Meus dedos não resistem a conferir a maciez dos seus fios longos e loiros, e, enredados por eles, procuram, ávidos, sua nuca lisinha. Minha boca mordisca o lóbulo de sua orelha esquerda. Ele se arrepia todo e me aperta a bunda. Sinto sua animação tesa e firme me cutucando abaixo da cintura e ele empurra minha mão para conferi-la. Nesse momento estamos no alto da curva de tensão sexual.

De repente, ele pega na minha mão e me guia até o banheiro... Entramos numa das cabines e o tesão explode em toques afoitos, beijos intensos e gemidos, que são abafados pelo talento do DJ que arrebenta na pista, a alguns metros dali. Ele abre o zíper da calça e me revela seu pau duro, reto e levemente inclinado para o lado direito. Eu sei o que ele quer e, sentada no vaso, abocanho com gosto aquele monumento. Que delícia! No ritmo da música, eu lambo, chupo, mordisco e beijo sua glande com carinho. Sem conseguir mais resistir, ele relaxa e... goza, na minha cara maquiada. Sinto-me poderosa por lhe proporcionar tamanho prazer...

...É como eu digo, não precisa gastar seu investimento em anos de bibliotecas, salas escuras, shows cults em inferninhos. Não. Os homens fast food não estão nem aí para a sua erudição. E nem você para a deles. A gente só quer saber é de erupção!"


Do livro Marchesa de Sadi - A Mulher Que Amava Todos os Homens, de Márcia Almeida, lançado em e-book pela editora E-galáxia.


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